A saída dos médicos cubanos do Programa Mais Médicos

Os médicos cubanos viviam em condições precárias? Quais as dificuldades para repôr os médicos cubanos?

ENTENDA

  • Criado em 2013, durante o governo Dilma Rousseff (PT), o Programa Mais Médicos tem como objetivo suprir a carência de médicos em municípios do interior do país e em periferias das grandes cidades.
  • Em novembro deste ano, Cuba anunciou sua saída do Programa, deixando um déficit de 8,5 mil médicos em pelo menos 280 municípios brasileiros. A decisão veio do governo cubano, que discorda de declarações “ameaçadoras e depreciativas” dadas por Jair Bolsonaro em relação ao programa.
  • O Ministério da Saúde se prontificou e lançou um edital com 8,5 mil vagas a serem preenchidas por médicos brasileiros e, no dia 17 de dezembro, um novo edital foi aberto, dessa vez para profissionais formados no exterior.
  • Segundo balanço divulgado no dia 20/12 pela Agência Brasil, 2.448 vagas distribuídas em 1.177 municípios ainda não haviam sido preenchidas.

Confira a reportagem original na íntegra

  • Dráuzio Varella considera que o Programa é uma “solução possível” para a situação de carência de médicos em regiões inóspitas do país “deixando de lado a questão sobre se está certo mandar dinheiro para Cuba ou não”.
  • O médico vê, no fim da parceria entre Cuba e Brasil para a realização do Mais Médicos, uma situação desfavorável para a população mais carente do país.
  • Dráuzio se diz preocupado em relação ao preenchimento das vagas nos municípios mais interioranos: “você acha que essas pessoas de classe média alta vão querer ir para esses lugares? Você tem uma filha, paga caro na faculdade dela, você quer que ela se forme para trabalhar no sertão de Alagoas?” – indaga.

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  • A reportagem reúne declarações de profissionais cubanos integrantes do Mais Médicos que relatam abuso de poder, ameaças e autoritarismo por parte dos coordenadores cubanos do Programa.
  • Dayaimy Valon, médica participante do Programa, acusa seu supervisor cubano de ameaçá-la após comunicar que não voltaria a Cuba com o fim da parceria com o Mais Médicos. Segundo áudio ao qual a ISTOÉ teve acesso, o agente sinalizou que a profissional não poderia voltar a seu país de origem pelos próximos anos caso resolvesse seguir vivendo no Brasil.
  • A matéria aponta para a disparidade entre os valores pagos ao governo cubano pelo Programa Mais Médicos frente à baixa remuneração dos profissionais de saúde cubanos.

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  • O pesquisador em Saúde Pública Mateus Falcão acredita que o Mais Médicos supre a demanda emergencial por profissionais em regiões inóspitas, mas reconhece que o programa não provém condições adequadas para a fixação dos médicos nesses locais.
  • Com a saída repentina de médicos cubanos do Programa, Falcão se diz preocupado em relação à continuidade apropriada de tratamentos que dependem de checagem semanal como os para diabetes, hipertensão e asma. O cenário, segundo o especialista, pode gerar um contexto de emergência sanitária.
  • Pessimista, Mateus Falcão não acredita que haverá estabilidade na nova circunstância do Programa, pois prevê considerável índice de desistência por parte dos profissionais brasileiros que estiverem trabalhando afastados de grandes centros.

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